segunda-feira, 2 de agosto de 2010

Jogo das helmintoses


"Brincar com os alunos não é perder tempo, é ganhá-lo; se é triste ver meninos sem escola, mais triste ainda é vê-los sentados enfileirados em salas sem ar, com exercícios estéreis, sem valor para a formação do homem.”

Carlos Drummond de Andrade


Quando precisei ministrar algumas aulas de Biologia em meu estágio de licenciatura do semestre passado resolvi bolar um meio de tornar as aulas mais atrativas e didáticas. Pensando aqui e ali me lembrei de um jogo muito bom da GROW que se chama VEJA o Brasil, onde os jogadores devem responder à cartas contendo perguntas sobre conhecimentos gerais em esporte, história, arte etc. Daí tive a idéia de fazer uma adaptação completa do conteúdo original, mudei o tema e com o auxílio dos softwares Adobe Photoshop e Corel Draw o transformei em: JOGO DAS HELMINTOSES.

No fim das contas, depois de muito trabalho, pois ao todo são 5 jogos, sendo 8 jogadores por jogo e em uma sala com 40 alunos foram necessários 5 cópias do material, deu tudo mais do que certo e fiquei feliz pelo cansaço ter valido a pena, o que eu presenciei foi alunos se divertindo e naturalmente fixando os conteúdos que eu tinha passado em sala, o que também é uma forma do discente avaliar a si próprio quanto ao que aprendeu da matéria.

Os conteúdos de Biologia apresentam sua especificidade, refletida em sua linguagem técnica, na natureza das informações veiculadas, geralmente distante do cotidiano do aluno, isso pode interferir na construção do conhecimento pelo educando.

Miguel de Guzmán (1986), expressa muito bem o sentido que essas atividades têm na educação: “O interesse dos jogos na educação não é apenas divertir, mas sim extrair dessa atividade matérias suficientes para gerar um conhecimento, interessar e fazer com que os estudantes pensem com certa motivação”.

Friedmann (1996), afirma que o jogo mobiliza os esquemas mentais de forma a acionar e ativar as funções psiconeurológicas e as operações mentais, estimulando o pensamento. É uma atividade física e mental que mobiliza as funções e operações e, à medida que gera envolvimento emocional, apela para a esfera afetiva.

O ser que brinca e joga é também o ser que age, sente, pensa, aprende se desenvolve. Portanto, o jogo, assim como a atividade artística, é um elo integrador entre os aspectos motores, cognitivos, afetivos e sociais (HAIDT, 2001).


Abaixo está o vídeo da turma 202 utilizando o Jogo das Helmintoses (ano 2010) da Escola Estadual Juscelino Kubitschek de Oliveira, localizada no bairro Paraúna,BH - MG.

3 comentários:

Unknown disse...

Os meninos adoraram o jogo! Ficaram me cobrando: "professora, faz uns jogos daqueles prá gente"!
Muito bem, Renatinha!
Bjos,
Anne

Isaac Braz disse...

Hehehe. Muito bacana, a tua idéia e o resultado dela, Renata! Imagino que não so os meninos tenham curtido, mas tu também, deve ter se sentido realizada e empolgada com o sucesso disso tudo!

Eu fiz uma coisa parecida, no meu projeto de graduação em Artes. Adaptei uma coisa que eu tenho uma paixão danada, na forma de um projeto de ensino não-formal. Deu super certo. Eu vi um resultado assombroso e....fiquei empolgadão! Foi legal mesmo!

Parabéns pelo trabalho, Renata! Abração!

Renatinha disse...

Ei Isaac!!!Tá jóia cara!
Que doidera, tbem curto muito o ensino não formal...quanto mais fora do comum...mais o ensino surte efeito! O resultado é mesmo assombroso!Eu acredito q a maioria dos professores não investem em aulas mais lúdicas por falta de motivação, o que não justifica se manterem tão tradicionais neh!? Mas é isso aí!Abração!

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